segunda-feira, 6 de maio de 2013

[Crítica] Petra e a Seca no Nordeste

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jeremias 17.9)

"Eis que Deus não confia nem nos seus santos; nem os céus são puros aos seus olhos,quanto menos o homem, que é abominável e corrupto, que bebe a iniquidade como a água!" (Jó 15.15-16)



     Na imagem acima podemos ver, o Khazneh, principal monumento da cidade de Petra em contraste com algumas cenas da seca no sertão do nordeste brasileiro.

     Petra foi construída pelos nabateus no deserto da atual Jordânia em 312 a.C. e possuía um complexo sistema de túneis, represas e tubulações a fim de armazenar água para os longos períodos de estiagem. O sistema hídrico da cidade era tão eficiente que cada gota de água era usada de um modo ou de outro e o sistema garantia o abastecimento de água o ano todo. "Eles entendiam a importância de preservar, canalizar e distribuir a água. Sem água numa área como Petra você morre", disse a historiadora Nicole Douek. A tecnologia de engenharia hídrica era tal que todas as nascentes em um raio de 20 Km da cidade foram canalizadas para abastecer uma cidade com uma população de aproximadamente 50.000 habitantes e milhares de comerciantes em trânsito.

     Estamos em 2013, mais de dois mil e trezentos anos de distância da data de fundação de Petra. O Brasil é o país mais mais rico em água potável do globo. O Rio São Francisco é o nosso 4º maior rio e o 22º maior rio do mundo. Este rio corta uma grande extensão de terra passando pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.



     Dos tempos áureos dos nabateus até os nossos dias são mais de 2000 anos de avanços tecnológicos. Nosso Brasil já tem seus 513 anos de história partindo do nosso descobrimento, entretanto o povo continua padecendo com a seca e o governo continua "incapaz" de canalizar água para nossa população.

     Sei que nosso sistema educacional é extremamente precário, um dos piores desta terra, mas será que somos tão burros assim? Não. Não somos tão burros assim. Talvez a pergunta correta seja: Será que somos tão corruptos assim? Sim. O grande problema do nosso sertão é a falta de interesse dos nossos governantes que enriquecem zombando da miséria do povo e dão sempre um "jeitinho brasileiro", mesmo na seca e deixo de um "sol de rachar" (como dizem por aqui), para jogar o nosso dinheiro por água abaixo.

Guilherme Barros


Fontes: